Vera Cruz – Edu Falaschi

- Produção – Edu Falaschi e Roberto Barrros
- Co-produção – Thiago Bianchi (Noturnall, ex-Shaman)
- Lançamento – 12/mai/2021
- Selo – Nexus
- Mixagem – Dennis Ward (Angra, Voodoo Circle, Unisonic, Tribuzy)
Integrantes:
- Edu Falaschi (vocal)
- Raphael Dafras (baixo)
- Aquiles Priester (bateria)
- Roberto Barros (guitarra)
- Diogo Mafra (guitarra)
- Fábio Laguna (teclado)
Músicos convidados:
Instrumentistas:
- Tiago Mineiro (piano)
- Tito Falaschi (guitarra)
- Rafael Meninão (sanfona)
- Frederico Puppi (violino0
Vocalistas:
- Max Cavalera
- Elba Ramalho
Para alguns, o problema aqui é que houve uma grande expectativa em torno deste lançamento mediante uma campanha de marketing muito bem feita causando ansiedade muito grande pelo lançamento. Isso fez com que alguns ouvintes se sentissem meio frustrados – o que é normal acontecer quando se geral tal expectativa.
Mas, apesar disso tudo, o trabalho é de excelente qualidade técnica e musical. Todo o conceito das letras foi criado por Edu e desenvolvido por Fabio Caldeira, vocalista do Maestrick. Trata-se de uma obra que fala do descobrimento da Ilha de Vera Cruz pelos portugueses em 1500. Para quem pode não conhecer, esta área localiza-se no nordeste brasileiro e foi o primeiro contato dos portuguêses com o “novo mundo” e, depois de outras diversas descobertas e explorações, se tornaria o Brasil que conhecemos hoje. Ele é um álbum conceitual de ficção que fala de uma criança que deixada na porta de um convento e que desperta a curiosidade de todos devido a uma marca de nascença que, séculos antes, fora mencionada em uma misteriosa profecia sobre a extinção da maléfica Ordem da Cruz de Nero. Esta criança recebeu o nome de Jorge que cresceu sob os cuidados da igreja e cheio de dúvidas. Prestes a desbravar os mares, Jorge se depara com dilemas sobre sua identidade, missão, amor, amizade e intrigas.
Vera Cruz tem seu ápice em terras brasileiras, com Jorge adulto e integrante da esquadra do mestre da Ordem de Cristo, Pedro Álvares Cabral. (…) Personagens marcantes e que ajudam Jorge a descobrir sua missão estão presentes por toda história: Irmã Rosa, que resgatou o recém-nascido na porta do convento e foi responsável pela sua criação; Irmã Antonela e Dom Abelardo, que o ajudaram a interpretar seus misteriosos sonhos e visões; e Janaína e seu pai, Cacique Piatã, que o acolheu na tribo após uma das tantas tentativas de assassinato provocadas pelo famigerado Homem da Cicatriz, a mando do cruel Bispo Negro.
Vera Cruz é o primeiro álbum da carreira solo de Edu Falaschi e traz Power Metal puro e os timbres dos instrumentos e a própria estrutura das músicas acabam por nos remeter “Temple of Shadows”, segundo álbum de Edu e Aquiles com o Angra lançado em 2004.
O disco abre com a introdução “Burden” com narração com direito a sonoplastia e orquestrações que faz um resumo da história que estar por vir e que começa com “The Ancestry”, a música mais rápida do álbum com solos virtuosos de guitarras e com a voz de Edu alcançando notas altíssimas no refrão. “Sea of Uncertainties” vem sem seguida e o fã mais antigo vai lembrar de cara de “Angels and Demons” do Temple of Sahadows.
A quarta é “Skies in Your Eyes”, a primeira balada do álbum. Como não podia de ser diferente, a balada é uma composição de primeira, afinal, Edu é um excelente compositor de canções que agradam o ouvido, a exemplo de canções como “Heroes of Sand”, “Wishing Hell”, “Bleeding Heart” e “Breaking Ties”.
“Frol de la Mar” serve como prelúdio da faixa seguinte, “Crosses”. Esta vem mais com um lado “old school” do Power Metal com instrumental primoroso e uma bela interpretação de Edu.
“Land Ahoy” mostra o momento em que o herói chega em terras brazucas. Isso é exaltado na canção por sonoridades indígenas. Aqui tem a participação do pianista Tiago Mineiro. Mais uma vez nos faz lembrar de outra canção de Temple of Shadows, “The Shadow Hunter”.
“Fire with Fire” vem com elementos étnicos com um lado mais progressivo.
“Mirror of Delusion” aparece em uma espécie de Prog Power Metal onde as guitarras e violões se destacam.
“Bonfire of Vanities” é mais uma excelente balada que conta com um solo de Tito Falaschi, irmão de Edu, e mais um refrão pra cantar junto.
“Face of the Storm” é uma mistura de Power com Thrash Metal com a participação de Max Cavalera com passagens em rítimos étnicos que lembram o Sepultura.
O fechamento do álbum é dado pela belíssima faixa “Rainha do Luar” com Elba Ramalho fazendo dueto com Edu com partes em português e partes em inglês traz elementos nordestinos incluindo a sanfona de Rafael Meninão.
Para quem esperava algo novo, se decepcionou um pouco, pois parece que Edu não se arriscou muito em sair da caixa. Como pode ver, ele é praticamente todo inspirado em Temple of Shadows, uma receita que deu certo, então, por que mexer muito né? Mas acredito que tenha sido intencional, com um olhar mais comercial mesmo, pois Edu Falaschi é capaz de ousar mais, mas preferiu não ter feito isso no seu primeiro trabalho. Mas, de forma alguma, desmerece o álbum. Ele é excelente, cheio de músicos de altíssima qualidade e composições de alto nível.
Tracklist:
- Burden
- The Ancestry
- Sea of Uncertainties
- Skies in Your Eyes
- Frol de la Mar
- Crosses
- Land Ahoy
- Fire with Fire
- Mirror of Delusion
- Bonfire of the Vanities
- Face of the Storm
- Rainha do Luar
\m/ Long Live Rock! \m/