Prika Amaral, da Nervosa, fala sobre os desafios do Rock/Metal no Brasil
Por Francisco Alves
A guitarrista Prika Amaral, da Nervosa, refletiu sobre os desafios de se trabalhar com música, especialmente com Rock e Heavy Metal, no Brasil. Em entrevista ao Consequence of Sound, Prika destacou que é difícil atuar nesse segmento em terras tupiniquins devido ao fato da população brasileira ser muito católica.
Inicialmente, a musicista mencionou que o Brasil é um país “muito rico e muito pobre ao mesmo tempo”. “Vivemos com a miséria, que é muito comum no Brasil, e com a beleza. Temos um clima lindo, praias, muita natureza no Brasil, mas somos um dos países mais violentos do mundo, com muito tráfico de drogas”, afirmou.
Prika relembrou de duas ocasiões, ocorridas há alguns anos, em que foi vítima do crime no Brasil. “Colocaram uma arma no meu rosto e o cara levou minha moto. Uma arma nas minhas costas e levaram minha carteira. Infelizmente, é muito comum. Todas essas situações fazem sentir que seja necessário falar sobre isso nas músicas, para mostrar a todos que precisamos fazer algo para mudar as nossas vidas aqui”, disse.
Em seguida, a única remanescente das formações anteriores da Nervosa refletiu sobre trabalhar com música no país. “Ser músico no Brasil, especialmente nas cenas de rock ou metal, é muito difícil, pois nosso país é muito católico e o rock, não só o metal, é completamente negado. O rock não aparece na TV ou nas rádios – temos nossa própria rádio e canais de YouTube por causa da intenret”, comentou.
Mesmo com tantas dificuldades, a cena metal brasileira é “muito forte mesmo com a mídia negando tudo sobre rock e metal”, de acordo com Prika. “Por outro lado, quando fazemos turnês nos Estados Unidos e na Europa, o dinheiro que ganhamos lá vale muito no Brasil, então, isso torna possível trabalhar com música e isso nos ajuda bastante”, declarou.
Os problemas vivenciados não só no Brasil, como na América Latina, impediram que Prika Amaral encontrasse latinas para se juntar à Nervosa. A espanhola Diva Satanica (vocal), a italiana Mia Wallace (baixo) e a grega Eleni Nota (bateria) ocuparam as vagas deixadas pelas brasileiras Fernanda Lira e Luana Dametto no início de 2020.
\m/ Long Live Rock! \m/