Senjutsu – Iron Maiden

- Produção – Kevin Shirley
- Co-produção – Steve Harris
- Mixagem – Kevin Shirley
- Engenheiro – Denis Caribaux
- Lançamento – 03/set/2021
- Capa – Mark Wilkinson
- Gravado Em – Studio Guillaume Tell
- Masterizado em – Table Of Tone Mastering Ltd. por Ade Emsley
- Ilustração – Mark ‘The Tinkerer’ Wilkinson* em colaboração com Michael Knowland
- Selo – Parlophone Records / BMG
- Direção de arte – Steve Harris, Stuart Crouch Creative
- Calligrafia – Ruth Rowland
Integrantes:
- Steve Harris (baixo, teclados)
- Nicko McBrain (bateria)
- Adrian Smith (guitarra)
- Dave Murray (guitarra)
- Janick Gers (guitarra)
- Bruce Dickinson (vocal)
CD 1:
- Senjutsu
- Stratego
- The Writing on the Wall
- Lost In A Lost World
- Days Of Future Past
- The Time Machine
CD 2:
- Darkest Hour
- Death Of The Celts
- The Parchment
- Hell On Earth
A exemplo do álbum “The Book of Souls” (2015) o próximo álbum de estúdio do Iron Maiden – e décimo-sétimo da carreira – também é duplo (triplo em vinil) contendo 10 faixas (algumas ultrapassam os 10 minutos e apenas duas com menos de 5 minutos) com pouco mais de 80 minutos de duração total.
Em uma recente entrevista, o baterista Nicko McBrain explica que a banda nem sequer liga para o fator tempo das faixas: “Gravamos uma música, daí vamos para a sala de controle e curtimos o resultado. Daí Kevin (Shirley, produtor), diz: ‘sabe quanto tempo dura?’. Eu fico tipo: ‘não, cara, diga-nos… é um single de 7 polegadas (3 a 4 minutos), mas não usamos isso como regra, usamos?’. Então, ele diz: ‘é uma música de 12 minutos’. E nós: ‘oh, outra de 12 minutos, ótimo’. Como se o tempo fizesse diferença. Não faz. Você não pode dizer a um pintor como Michaelangelo no meio de seu trabalho: ‘acabe logo, você sabe quanto tempo está demorando para você pintar isso?’.”
Além disso, para entender melhor, o Maiden tem fortes raizes progressivas. Segundo o vocalista Bruce Dickinson, algumas das bandas que influenciaram na composiçãod disco foram Jethro Tull e Genesis. “Steve e eu somos grandes fãs do Jethro Tull – disse Bruce em entrevista à Loudwire – mas provavelmente temos diferentes álbuns favoritos. Sou fã das primeiras coisas deles, mais folk. Já ele é um grande fã de ‘Thick as a Brick’ (1972) e de coisas progressivas bem longas. Ele adora ‘A Passion Play’ (1973). Eu não gosto tanto disso. Prefiro as coisas mais curtas. Steve é um grande fã do Genesis – não tanto do Genesis com Phil Collins, mas do início, mais progressivo, com Peter Gabriel. Já eu, sou mais fã de Peter Gabriel em carreira solo.”
Em outra entrevista, desta vês à Kerrang!, Bruce fala um pouco sobre o processo de composição: “Não tínhamos ideia de como seria o álbum. Começamos sem ideia ou preconceito. Só fomos ao estúdio e tentamos. Quando funcionava, a gente gravava logo em seguida. Então, enquanto estávamos ensaiando, tudo estava sendo gravado. Steve literalmente se trancava sozinho por 2 ou 3 dias, enquanto todos nós íamos jogar fliperama. Do nada ele aparecia: ‘acho que consegui uma, caras… todos no estúdio agora’. Boom.”
Com 8 minutos e 20 segundos, a faixa-título é que abre o disco. Diferentemente do que se vê comumente nos álbuns do Maiden, o disco não se inicia com uma faixa de andamento e ritmo rápidos, mas com uma canção com bases progressivas com uma batida meio tribal em um tom mais sombrio porém com força e peso que conta com sintetizadores. Para muitos, a escolha certa para iniciar este novo trabalho.
Na sequencia vem “Stratego”, uma canção mais curta, de apenas 4m59s de duração e ao estilo old-school do Maiden com aquelee galope tradicional da cozinha de Harris e McBrain. Esta foi o segundo single lançado e já conhecida pelos fãs.
A próxima é a já famosa “Writing on the Wall” – primeiro single lançado deste álbum. Aqui eles saem um pouco da zona de conforto. Esta composição de Dickinson e Smith vem com elementos Folk e Country com uma introdução feita com um violão limpo e marcante e refrão cativante acompanhados com fraseados de guitarra característicos que grudam na mente.
Outra faixa na qual o violão limpo aparece é a próxima entitulada “Lost in a Lost World” – a primeira do disco a ser creditada a Harris. Ela começa com um introdução lenta tocada no violão com direito a backing vocals até que, em pouco mais de 2 minutos, a bateria chama o peso das guitarras e refrão marcante até os 8m05s quando retorna à calmaria acústica para terminar a faixa aos 9m31s.
“Days of Future Past” é outra composição de Dickinson e Smith. A mais curta do álbum, ela vem com riffs mais empolgantes em uma música mais pra cima. Tipo da música mais direta que também trás daqueles refrões que gruda logo de primeira.
“The Time Machine”, composta por Harris e Gers, assim como a faixa-título, fecha o primeiro CD da mesma forma que “Senjutsu” o abre: com um clima mais progressivo e experimental. Ela abre com uma introdução lenta, depois com um andamento mais rápido até que chega ao clímax passando um pouco dos 3 minutos com Dickinson elevando o tom da voz e riffs e pegadas marcantes.
O CD 2 abre com “Darkest Hour” cuja intrução vem com som de natureza (mar e pássaros) junto com uns licks de guitarra e dedilhados de baixo dando um tom sombrio com bem cadenciada com uma estrutura que lembra um pouco a da “Wasting Love” em alguns momentos. Segundo Bruce esta outra parceria com Smith traz na letra versos que abordam como o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill “conseguiu, mesmo com suas várias falhas pessoais, impor-se diante da tirania de Hitler” em meio à Segunda Guerra Mundial.
As três próximas faixas – que fecham o álbum – são creditadas à Harris. Todas com aquela pegada épica típica das composições do baixista e numa sequencia que vai melhorando a cada uma.
“Death of the Celts” é a primeira. Traz referências céticas, como o título sugere. A faixa tem momentos de “The Clansman” nos primeiros 4 minutos. Esta está entre as melhores faixas com uma atmosfera bem dramática e que funcionaria muito bem ao vivo.
“The Parchment” é a mais longa do álbum com pouco mais de 12m30s. A introdução vem com um arranjo acústico que logo se transforma em peso puro e traz uma certa atmosfera egípicia à lá Powerslave.
Senjutsu fecha com “Hell on Earth”, a melhor das três últimas fechando com chave de ouro. Ela apresenta uma introdução acústica de 2m15s com baixo, guitarra limpa e sintetizador até que McBrain chama as guitarras distorcidas e três licks marcantes – um para cada guitarrista até os 3m30s quando Dickinson entra acompanhando mais uma voz com sua voz impecável mesmo com 60 anos e após ter enfrentado um câncer de língua. Como esperado, a faixa – e consequentemente o disco – termina da mesma forma que a “Hell on Earth” começa e em fade-out até ficar em silência pelos 5 segundos finais do total de 11m19s.
\m/ Long Live Rock! \m/