Echoes Of The Soul – Crypta (jun-2021)

Gravação – Family Mob Studio. São Paulo, Brasil. Janeiro de 2021
Produção – Thiago Vakka
Lançamento – 11/jun/21
Selo – Dynamo Records (Brasil) / Napalm Records (exterior)
Mixagem – Arthur Rizk (Code Orange, Powertrip)
Masterização – Jens Bogren (Opeth, Dimmu Borgir, Sepultura) no Fascination Street Studios. Örebro, Suécia
Engheiro – Otávio Rossato (Scalene, Smashing Dreams)
Capa – Wes Benscoter (Kreator, Slayer, Black Sabbath)

Há apenas dois anos as ex-Nervosa Fernanda Lira (vocal/baixo) e Luana Dametto (bateria) convidara a guitarrista Sonia Anubis (ex-Burning Witches) para formarem um novo trio de Death Metal. Quando já estavam com as composições avançadas, a guitarrista Tainá Bergamaschi (e-Hagbard) veio fortalecer ainda mais o time. Em meio à pandemia elas praticamente se trancaram em um estúdio na cidade de São Paulo e cairam de cabeça na confecção de seu álbum de estreia mesmo antes de qualquer apresentação ao vivo – por motivos óbvios – e entram na lista de bandas que estreiam já com cara de veteranas.

Echoes of the Soul vem com muito peso mostrando o que podemos chamara de Death Metal old-school com nove canções matadoras e estimulantes. O álbum já começa com uma introdução apropriadamente intitulada “Awakening” (Despertar). Feita apenas com sons que nos traz à mente a imagem de alguém (ou algo) acordando e caminhando para fora de onde estava dormindo deixando um suspense ao final. Com um urro poderodo de Fernanda, entra estonteante “Starvation” que traz inspirações nítidas de mestres do Death Metal como Obituary, Death, Entombeb, Kreator entre outros. A faixa não traz somente peso, mas também boas melodias de guitarra que levam a um ótimo solo. Logo na sequencia entra “Possessed” que traz, novamente, um belíssimo solo.

A próxima faixa é “Death Arcana” que traz riffs cadenciados e melódicos com uma levada pesada e certeira de Luana. Mais uma vez apresenta boas melodias do dueto de solos de guitarras.

“Shadow Within”, uma faixa um pouco mais obscura (combinando com o título) que traz a Fernanda cantando variando sua voz entre gutural mais agudo ao mais grave. Excelente performance vocal de Lira.
“Under the Black Wings”, com uma intrudução sinistra e com Lira novamente indo ao gutural mais grave em alguns momentos. A canção apresenta mudanças de rítmos com riffs pesados. Lembra um pouco Black Sabbath das antigas só que com mais velocidade e obscuridade.

Na sequencia vem “Kali” que é 100% Death Metal com a bateria de Luana e o de Fernanda dando o tom da música.
“Blood Stained Heritage” é um belo exemplo de velocidade sem perder a qualidade. Mostra ainda a perfeita combinação entre Sonia e Tainá formando uma das melhores duplas de guitarras da atualidade.
“Dark Night of the Soul” começa com um introdução espetacular, também combinando muito com o título e a letra da canção. Parece que aqui as quatro combinaram de, cada uma, mostrar a que vieram. Duetos de guitarras belíssimos, Fernanda com seu vocal extremo e ótimas linhas de baixo e Luana arrebentando nos pedais.

O álbum encerra com uma das melhores canções, na minha opinião. “From the Ashes”. Ela traz vários elementos e variações. Fernanda, mais uma vez, viajando diversas tonalidades de sua voz. É uma canção que mostra um Death Metal de altíssimo nível com um arranjo impecável e melodias super bem escritas e executadas por Somia e Tainá corroborando aqui que nasceram para tocarem juntas. Isso sem falar da bateria de Luana que, com o baixo de Fernanda, faz a cozinha perfeita e completa a obra.

Resumindo, é um álbum para ouvir da primeira à última faixa – que, aliás, fecha o trabalho de maneira maestral – várias e várias vezes. Geralmente, quando um banda vem com o primeiro álbum tão bom assim, tem dificuldade de manter o nível nos próximos, mas pela qualidade musical destas quatro tenho certeza que vão fugir à regra.

Tracklist:

  1. Awakening
  2. Starvation
  3. Possessed
  4. Death Arcana
  5. Shadow Within
  6. Under the Black Wings
  7. Kali
  8. Blood Stained Heritage
  9. Dark Night of the Soul
  10. From the Ashes

\m/ Long Live Rock! \m/